RATOEIRAS

Eu andei alguns passos no meio na multidão

Tem rostos estampados e um borrão...

Mentes preocupadas no exterior do ser

Mentes preocupadas no vazio do ter...

Faróis apontados no horizonte de linha reta,

Vestindo panos comuns onde o que importa é a etiqueta,

O que importa se meu sapato foi feito para andar?

Se meu tênis é original ou pirata?

Se minha roupa é cara ou barata?

Alguns valores vão se subtraindo enquanto outros se multiplicam

Replicam pessoas e padrões...

Mesmas falas, mesmos bordões...

Festas-Farras-Preconceito-Racismo...

Pessoas correndo e correndo, submersas em hedonismo

Corpos vazios tentando se ocupar de desejo cutâneo

Copos furados se enchendo de prazer momentâneo

Um convite a promiscuidade,

A névoa da futilidade já invadiu essa cidade

Não há mais lugar para sentimentos bons,

Abraços, beijos e apertos de mãos

O respeito perdeu seu devido lugar

E deixou um rastro de sentimento sujo e vulgar...

Ratoeiras armadas para decepar ingênuas pessoas

Armadilhas que te levam a uma "nobreza" fajuta,

Reis e rainhas sem coroas...

Vou tentar nadar contra essa avassaladora correnteza

E a cada dia que passa eu tenho mais certeza.

[Andrey Teixeira] 01/09/2013