Legado
Quantos trovões do céu me gritam
Para que siga a estrela do senhor
Mas os relâmpagos que me ferem os sentidos
Fazem-me temer o corisco redentor.
Encolhido entre a ramagem protectora
Da árvore milenar que me criou
Agradeço à génese por compreender
Que sendo eu erva ruim
Não tenho culpa alguma do que sou.
Mas sou! Tudo o que os outros renegam
E disso tudo assumo as virtudes e os defeitos
Não ando na vida para fazer jeitos
Os meus lemas são os versos que vos lego
Dando a palavra ao poema que liberto
E sendo eu uma voz modesta
É à Natureza Selvagem que o oferto.
Moisés Salgado