FADÁRIO
Inexoráveis céus de negros fados,
Tão negros como a mentira que vaga
Na margem dos astros alucinados,
Abrangido pela sôfrega chaga;
Mordazes, cínicas chamas acesas
Diluindo a fagueira abandonada
No sepulcro sagrado dessa mesa,
Vítima das estrelas desprezadas,
Sombrias por mortais compadecidos
Nas línguas impostoras condenadas
Aos perenes cárceres cingidos...
Por sórdida masmorra aferrolhada,
Sem a luz, em fragas de horror, sem norte,
No coro divinal abandonada
Gritando aos ermos desterros da morte!