FADÁRIO

Inexoráveis céus de negros fados,

Tão negros como a mentira que vaga

Na margem dos astros alucinados,

Abrangido pela sôfrega chaga;

Mordazes, cínicas chamas acesas

Diluindo a fagueira abandonada

No sepulcro sagrado dessa mesa,

Vítima das estrelas desprezadas,

Sombrias por mortais compadecidos

Nas línguas impostoras condenadas

Aos perenes cárceres cingidos...

Por sórdida masmorra aferrolhada,

Sem a luz, em fragas de horror, sem norte,

No coro divinal abandonada

Gritando aos ermos desterros da morte!

Marquês Louback
Enviado por Marquês Louback em 09/06/2007
Código do texto: T520323