Vento a favor
Vou caminhando a passos lentos
Contribuindo com o meu destino,
O qual por tantas vezes repentino
Sem piedade atirou-me aos ventos
Tantas vezes meu tudo era o nada
Espreitando-me na fria madrugada,
Ainda assim eu o seguia sem medos
Para desvendar os muitos segredos
Escondidos no final de cada estrada.
.
Os ventos frios surravam o meu rosto
Fazendo rolar lágrimas em meu olhar,
Trazendo partículas de poeiras pelo ar
Deixando nesta boca, da terra o gosto.
Fui me tornando perdido como os filhos
Esquecidos, abandonados e sem carinhos
Na solidão sem amor e sem os trilhos
Indicadores de luz pelos seus caminhos
Abandonados pelo mundo andarilhos.
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Na dor aprendi e aprendendo ainda estou
Que é necessário erguer firme a cabeça,
Pois se nada é o tudo quando eu nada sou
Estas dores não deixarão que eu esqueça
Os dias mudaram e sorriu-me a sorte
E o tempo foi a mão amiga estendida,
Que veio acrescentar dias a minha vida
Triste, que corria de encontro à morte.
Entendi que quando se tem esperanças
Que trago dentro de mim desde menino,
E se creio em Deus e nas divinais alianças
Posso sim mudar o rumo do meu destino.