I N S Ô N I A
Ah! Infindável noite
Que rouba meu sono
Num quarto frio do abandono
O pensar se faz chicote.
Na vastidão escura
Do céu sem estrela e nem luar
Somente ouço meu coração a chorar.
Não há remédio que faça curar.
Se não, mais um trago no vinho,
A fumaça do cigarro pairando no ar,
E o silêncio ensurdecedor espera o dia clarear.
Eu, perdido, ave sem ninho...
Sou menino que ainda não cresceu,
Correndo para os braços da vida,
Que antes de começar já se finda,
Sem perceber tudo escureceu
Sem sentir, meu corpo adormeceu
E agora, ao despertar,
Vejo lá fora o sol a brilhar.
Mas, aqui dentro de mim tudo é breu.