ME BASTO NUM ROCK

Enquanto,
às vezes,
vou levando.

Quando às vezes vira sempre,
sempre e sempre.

Não consigo falar,
menos ainda dizer.

Se engasgada,
entalada,
nada sai,
resta escrever...

E nada consigo comigo
e menos ainda contigo.

Nem mesmo o teu nome,
só quando assino.

É...tem coisas que nem palavras escritas conseguem expressar!

A tristeza toma conta,
um desespero.

Daí,
fico muda,
fico nada.

Abro uma garrafa de vinho,
graças a Deus,
ele me ajuda.

Me lembra da transparência
e assim a água acompanha,
senão a hipertensão me apanha.

Lá vou eu,
acompanhada da solidão,
me esconder na cor rubra
de sabor tão seco,
misturada com a minha adrenalina.

Quero e preciso da solidão,
necessito estar dentro de mim,
preciso misturar o tinto rubro do vinho
com o "red" do meu sangue.

Cadê o sol?
Preciso de luz,
então vem a lua me luar...

E eu ainda no lápis,
ainda gosto de apagar,
mas também uso canetas.

Preta,
azul,
mas só a vermelha
mistura com este grafite.

Sol,
quando voltar,
me traga o arco íris,
eu preciso urgente pintar!

Um ato abstrato no trato,
sem retrato,
sem imagem.

Não quero
e nem sei desenhar.

Só a imaginação se retrata com a emoção.

Sai grafite daqui!

Necessito de muitas cores,
não posso perder
e nem esconder a tristeza que me grita,
não é bom sinal,
chegou a hora dos pincéis...

Pintarei a minha tristeza escondida,
que grita aqui dentro.

Às vezes o grafite insiste,
mas gritarei junto com as cores,
porque sou alegre e feliz.

Por enquanto no quanto
e num canto,
me basto,
num choque com rock.

Nas brumas
e plumas,
contagiando,
como sempre,
com algumas cores:
pink,
azul
e branco.

E se Deus me permitir,
eu volto com um cor de rosa carinhoso
e uma rosa vermelha nas mãos
para lhe ofertar,
inté!

Regina Zamora