Estupro

O sangue escorrendo pela parede,

Os gritos ensurdecedores,

As lágrimas pingando no chão.

A mão forte que lhe ia ao rosto,

E os risos diabólicos.

As roupas rasgadas e jogadas,

O corpo frio e semimorto,

Atirado no azulejo branco.

O grito implorando por socorro,

A corda que passava pelo pescoço,

Abafando o choro e tirando o ar.

As pernas que já quase não se debatiam,

E os olhos que começavam a se cerrar.

Deixou-a, lá, assim,

Nua, atirada, morta, humilhada,

Afogada em seu próprio sangue.