Confissões de um conquistador

No mundo que piso sou prático.

Acredito apenas no que vejo e no que sinto,

Crio as minhas rotinas e sou-lhes fiel!

Mas, como a maioria dos homens, vivo o momento.

Travo outros conhecimentos, outras companhias....

Mulheres em cápsulas de adrenalina, injecções de vaidade.

Alimentos para um apetite que se sacia e logo se farta.

Sou um homem de poucas palavras.

O flirt é pobre em vocabulário,

O que não digo é parte do encanto.

Agrada-me que completem os espaços em branco.

Mulheres, troféus de saliva na boca amiga,

Gargalhadas cúmplices de cervejas molhadas.

Contos do tremoço que se cospe para o lado,

Partilhas normais entre camaradas.

É assim que começa…

É assim que acaba!

Surpreendem-me aquelas que falam de mim

como se vissem além do que eu vejo...

Mas tudo o que lhes deixo, de tão superficial,

faz da profundidade um lugar desabitado.

Na verdade, nem mesmo eu lá vou…

Quem saberá como sou?

O engano não é meu, acreditem!

Sou marido de uma, mas homem de muitas...

Nada deixo ao acaso, nos desvios da minha rotina fingida.

Passos que dou apenas na areia de praia,

Que se o vento não apaga a prova, o mar leva-a…

Ema Moura, 23/02/2012, em http://emoura-brokenwings.blogspot.pt

Ema Moura
Enviado por Ema Moura em 14/05/2015
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