Desde 1500

Saudade do tempo que não vivi:

A pureza da mente consciente,

A sã menos lúcida das mentes,

Preto e branco era luxo,

Colorido era moda, hippie.

Balançar cabeça era dança,

O chique não estava na França.

Saudade de viver o tempo que vivi:

Pureza da mente inconsciente,

Pele de criança era seda incandescente,

Super herói era fantasia real,

A moda não tinha padrão,

Só atravessava a rua segurando a mão.

Saudade de viver o tempo que vivo:

Andar nas ruas é luxo.

Humanos são lixos de humanos,

Raça matando raça,

A humanidade de encontro ao fluxo,

se esvai como fumaça.

Sexo é dança sensual,

Fantasia de filme, agora é real.

Me acostumei com a incerteza do ideal.

Esperança, se morreu, não foi a última.

Sua vida ainda está na fila.

Morte virou filme da globo,

A tv faz a gente de bobo.

E bobo somos nós, por repetir o feijão,

Que agora vale um pedaço da sua mão.

Mãos de calo como o coração,

cada suor é uma gota de sangue

Derramado em vão,

Pra tampar crateras do falso sermão.

Além disso...

Aposto que essas palavras valerão para o ano de 2030,

Infelizmente,

pois desde que e entendo por gente,

O "Blues da Piedade"* faz sentido para qualquer jornal.

Só muda a merda e a esfincter anal.

*Blues da piedade - Cazuza

Victor H Costa
Enviado por Victor H Costa em 21/05/2015
Reeditado em 08/05/2017
Código do texto: T5249226
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