Aspartame
Arde, queima, anseia, intimida.
A voz interna é infinita.
A contradição da mente com o sangue.
Não sei se uso açúcar ou aspartame.
Redemoinhos causam eclosões,
A mente e o corpo, não há intensões.
Os pés inquietos
Mexem sem saber em que ramo pisa.
As asas dos insetos
Batem como som de brisa.
A massa que apodrece as entranhas,
O frio que conserva as entre-manhas.
Mimos da mão que não sabe se toca
Prefere gelar e entrar numa toca,
Se esconder e privar-se do mundo
Sabendo que o pensamento alheio é imundo.
É. Ele não consegue expirar
Prefere se entregar.
A felicidade parece nele se esconder.
Tristeza e amargor, que bom,
Ainda não o levou ao chão.
Antes que venha a falecer,
Se não souber o ramo que pisa,
Morrerá sem saber o que fazer.
Arde, queima, teima e frisa.
"Prazer, sou o sangue.
Use aspartame"