Aspartame

Arde, queima, anseia, intimida.

A voz interna é infinita.

A contradição da mente com o sangue.

Não sei se uso açúcar ou aspartame.

Redemoinhos causam eclosões,

A mente e o corpo, não há intensões.

Os pés inquietos

Mexem sem saber em que ramo pisa.

As asas dos insetos

Batem como som de brisa.

A massa que apodrece as entranhas,

O frio que conserva as entre-manhas.

Mimos da mão que não sabe se toca

Prefere gelar e entrar numa toca,

Se esconder e privar-se do mundo

Sabendo que o pensamento alheio é imundo.

É. Ele não consegue expirar

Prefere se entregar.

A felicidade parece nele se esconder.

Tristeza e amargor, que bom,

Ainda não o levou ao chão.

Antes que venha a falecer,

Se não souber o ramo que pisa,

Morrerá sem saber o que fazer.

Arde, queima, teima e frisa.

"Prazer, sou o sangue.

Use aspartame"

Victor H Costa
Enviado por Victor H Costa em 24/05/2015
Código do texto: T5252761
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