Quadro da vida
Isso me lembra uma pintura barroca.
Tão cheio de luz e sombras.
Uma pena esse contraste ser repentino.
Enquanto, por um momento,
Vivo num romance em prosa,
Tão cheio de nós,
Feito nós presos em pensamentos utópicos,
Em paixões que deixaram de ser platônicas.
Por outro, em um jogo de sombras,
Onde me ponho de frente ao espelho luminoso.
Este fazendo enxergar quem sou,
Como sou, pra quem eu sou.
Queria ter sido à você.
Mas estou em sombras.
Essas, feitas por olhares alheios,
Por eu não seguir meus próprios conselhos.
Por, talvez, ter sido eu.
Poderia ter reservado nossas utopias,
Feito de tudo uma maravilha.
E viver um pouco mais a fantasia,
Da emoção do incerto, do subjetivo.
E agora me conformo por estar em sombras,
No lado escuro do quadro
Onde ninguém olha,
E serve apenas para destacar o iluminado.
Deixarei pra trás tudo isso,
Mas não garanto que esqueço.
Vou Buscar, quem sabe um dia,
Atrair pincéis de luz
E me pôr em destaque.
Quem sabe, assim, eu apareço.