Ofíco
Cataventos, moinhos, unguentos, moinhos,
Os ventos escoram a soberba tardia,
que os corvos destroçam no amanhã,
ao coçar da barba rala e fria...
Corro ao ofício de sentir,
pouca farsa de vida e sorte,
Sempre estirado na areia
desejando estrelas e beijando a morte...
Destilar paixões é podre,
arruinar matizes acalmando a alma,
sem pensar nas dores,
que a arte de sobreviver dita,
acalentando tardes, dessabores,
e tapando os olhos na peneira,
do amor que vai nos ventos,
e no calor que se dar nas águas,
que do horizonte celeste,
sobram bocas afogadas,
risos queimados com beijos verdes,
e os pirilampos que balançam a escada,
daquela travessia imaculada
e nos derrubam no abismo do querer
no abismo do ofício...
Itaituba-Pará, dia 03 de junho de 2015.
Andrew, o Aramis.