Eu, Opróbrio

Eu, Opróbrio

Eu, de corpo consumido pela lamentação

De chagas abertas e lancinantes dores

Eu opróbrio, caminhando à autodestruição

Alma ferida, assim como meus valores

Eu, ser que a carne virá ser consumida

E os dejetos largados pelo caminho escuro

Eu, de choro surdo, procuro uma saída

A minha desonra maldizeres esconjuro

Eu, que desfalece aos pedaços e aos poucos

Que clama a piedade da Divina Providência

Eu que nesta loucura de gritos roucos

Sinto entre Deus e eu uma grande ausência

Eu, moribundo ser acometido pelos horrores

Das vis armadilhas impostas pelo destino

Eu que caminho a trilha dos eternos sofredores

Culpado até as entranhas por ser um eterno malino

Eu, de falas sofridas e de dores pungentes

Que brada injustiças e suplicantes impropérios

Eu, credor das benesses tendo alma doente

Percorrendo dos opróbrios aos vitupérios

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 18/06/2015
Código do texto: T5281308
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