APRENDENDO A ESPERAR
APRENDENDO A ESPERAR
Sentei-me em impecável elegância
No centro de uma corda
bamba
Presa no alto
em suas duas extremidades,
que nos três primeiros segundos,
leram o meu sorriso
ansioso, impreciso
E ao balançar da corda
rumo ao seu extremo final
a minha postura foi cedendo
o sorriso esmaecendo
Era agora a neutralidade do pedinte
mendiga do universo
Dá-me o passar do tempo,
peço!
Olhos voltados para a frente
sem contudo abandonar
as críticas
do passado...
Franzia agora o cenho
chegava-me o enfado
E por pirraça os ponteiros do relógio
não me traziam a próxima cena
Insistiam em levar apenas
As horas
caçoando da minha agonia
extrema
atual e de outrora
e por fim acenderam-se as luzes
abriram-se as portas
era hora da grande metamorfose
Suspirei,
desci da corda,
E quando já ia ganhar o mundo...
Ouvi um sussurro em meu ouvido esquerdo
de pura sabedoria
Desarmei então as asas
Subi na corda seguinte
Bem no marco inicial
Bem no ponto da elegância
Aprendera que viver é quimera
Viver é gozar e não morrer
na vida
que é feita de esperas!