Não Sucumbirei
NÃO SUCUMBIREI
Se o calendário um dia se embriagar
e trôpego,
conduzir-me ao tempo da acomodação
E a minha essência
despencar lá do altar
e de mim evadir-se
Amordaçarei os meus sagrados pudores
e lutarei como um soldado espartano
ignorarei perdas e danos
na captura da cidade da luz
Iluminarei as minhas ruas
com os louros da guerra vencida
Mas quem serei eu após isso
que não uma alma garrida?
Atraco-me à única das alavancas
a minha translúcida consciência...
Não
Não me deixarei confundir com os ais
sociais
tecnológicos
E se,
por acinte
a tempestade em mim gotejar
amordaçando os meus ideais
congelarei essas gotas
com a frieza das minhas decepções
Farei diamantes chover
para emprestar força às minhas convicções.