MEU PÉ DE ABRICÓ

MEU PÉ DE ABRICÓ

Hoje

Nas sombras do tempo

Recordo de ti

Meu velho amigo

Que me destes sombras

Abrigasse-me em teus galhos

Assim como um pai

Acalenta seu filho

Que choraste comigo

Quando cravei meu velho canivete

Em teu tronco

Desenhando um coração ardente

De paixão

Pelo primeiro amor

Que destes seus galhos

Para em combate

Cavalgar contra os inimigos

Que povoavam

Minha mente com bandidos

E heróis de infância

Que com seus frutos

Ajudou a fantasiar iguarias que jamais provaria

Mas nos seus frutos

Eu conseguia imaginar

Hoje te vejo triste e solitário

O teu amigo cresceu

E esqueceu-se do menino que havia nele

Abandonou-te

Na beira da praia

Sozinho

Até a grama praiana morreu

Foi-se embora a linha do jundu

As casas atropelaram tudo e procriou como erva daninha

Agora vão te cortar

E eu vou chorar a tua morte

Com alguém que perdeu um ente querido

Meu velho

Bom e querido

Abricoeiro...

Joban
Enviado por Joban em 23/06/2015
Reeditado em 17/10/2016
Código do texto: T5287458
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