Réquiem Para a Tua Infância
Nessa tua embriaguez melancólica
Nesse teu corpo sujo,
Falso, entorpecido,
Tu fazes sofrer quem há muito
Por ti já tem sofrido.
Mas já basta.
Eu desisto.
Se quiseres me encontrar
Vasculhas tuas lembranças,
Revivas tua infância,
Que estarei lá.
Brincando contigo,
Na cama bagunçada,
Dando nossas inocentes gargalhadas,
Despreocupadas.
Não me procures agora;
Esse menino que brincava contigo,
Não existe mais,
Foi-se embora.
Desde que nada da menina de outrora,
Em ti resta mais.