Só...

Só, no morno ninho da esperança,

Factual princípio no éter da existência,

Aguardado pendor de inteligência,

Afronto o sorvedouro incógnito da vida...

Só, na contenda de sobreviver criança,

Adentro a ermida.

Só, fendendo a massa trapaceira ou proba,

Andejo incerto de infindas veredas ardidas

Nas insidiosas chamas da iniquidade,

Mitigando no vinho as marcas das feridas...

Só, rondando a toga da justiça, como quem rouba,

Atinjo a maior idade.

Só, sob a mortal parreira da esperança,

Recolho os raros e róseos bagos da felicidade

No silencio da ocultada brisa do Amor,

Nos insinuantes alísios do altruísmo, debalde...

Só, na porfia de retornar ao ser da infância,

Procuro o Criador.

Só, até que se eternizem em oração,

Ressoantes, no epílogo silencioso da lápide,

Minhas lembranças se apagarão, e a dor...

Assim, completamente diluído, terei por égide

O “renegado” corpo da perfeição:

O Salvador