À SOMBRA DE QUALQUER LUZ

Vou soletrando respostas

pra perguntas inexatas,

transpondo portas fechadas,

caminhando estradas tortas.

Vou repintando a fachada,

joelho em terra, mãos postas.

Vou compondo indignado

a solidão dos lugares,

os luares de penumbra,

à sombra de qualquer luz.

Vou remando no espaço,

no passo que me conduz.

Drenando a dor que se espalha,

fecho o corte da navalha.

Desdigo o que não foi dito,

afago o que foi escrito.

Apago a gelada chama,

chafurdo inerte na lama.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 29/06/2015
Código do texto: T5293394
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