Sol poente.
Sentada há um canto, desvelo véus,mantos.
Desencantos negros de saudades, solidão,
desventuras, amores, ilusão.
Páginas perdidas no escuro limiar da vida!
Páginas sem voltas, quase esquecidas...
soturnas, pateticamente vividas.
Alargo horizontes !
Faço pontes pênceis...
Ontens, hoje, amanhãs !
Figuradamente disfarçadas de horas...
vazias, povoam meus passos,
preenchem os vãos dos meus dias.
Infinitas horas dias e dias ...
Agarradas em sonhos silenciam,
em meu divã, procriam em palavras.
Alongam-se pelas manhãs nubladas, frias,
ou ensolaradas esvoaçam em finas neblinas,
serenamente somem, delicada...mente !
Até que o sol venha desembrulhando
seu quente manto afogueado,
arrebente os laços das frias nuvens...
Aos pouquinhos, aqueça!
Carinhoso, lento mormaço,
último abraço de carinho.
Cobrindo-me !
Já se aproxima o poente...
Lenta...mente !
eula vitoria
09/07/15