UM RÉU NECESSÁRIO
De quem é a culpa afinal,
Que faz essa lágrima insistente,
Correr pela face angelical
Desse ser humano inocente?
O culpado pode ser o sol ardente,
Ou quem sabe a leitura constante,
Uma dor forte e latente,
Ou o cigarro de um fumante.
Talvez seja a beleza da lua
Que lhe fez emocionar,
Ou um morador de rua,
Que tanta pena faz dar.
Quem sabe uma brisa fina
Quando estava a beira mar,
Ou uma briga de esquina
E uma ofensa a escutar.
Pode ser uma derrota
Do time do coração,
Ou a turbulência na rota
E o medo de avião.
A nota baixa na prova?
O susto com um trovão?
Rasgou sua roupa nova?
Ou foi o sumo do limão?
Suponho que seja o céu
Que não lhe teve piedade...
... Qualquer coisa pode ser réu,
Para isentar a Saudade!