Deserto em mim

Desertificados pelas agruras da vida,

Cujo sol escaldante não tem dó,

Exauridos sem umidade retida

Vi tantos sonhos virarem pó.

Não crescem rosas nas almas ressecadas,

Ficam sem perfume e sem beleza,

Desencontram-se e sofrem angustiadas

Destroem-se em respeito à natureza.

Mesmo com ventos de versos contra

O cacto produz alguma flor

E o roedor nem sempre se amedronta

Até na adversidade deve-se salvar o amor.

A areia em tempestades não previstas

Fecha-me em mim a esperar o incerto

Sufoca-me e me obriga a cegar as vistas

Sem ver, miragens brotam no meu deserto.

A chegada da noite o calor ameniza,

Repouso em mim solitário e pensante

Sonho sentir uma leve brisa

E cheiros de amor que me façam amante.

Dayde W Nikolas
Enviado por Dayde W Nikolas em 19/07/2015
Código do texto: T5316228
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