antigas fotos

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Diante de antigas fotos

Desbotadas

Enxergo os sonhos idos

De meus pais...

Caminhos pedregosos

Que cursaram

Na procura de dar-nos mais.

Diante do desbotado

Desses fatos procuro

Onde começo a desbotar,

Seja já no berço, ou mais tarde,

Se no próprio seio

Ou nos demais... Encontro,

Entre palavras, a resposta:

Sou a soma das encostas

De onde identifico os sinais,

Onde pouso o canto vespertino

Depois das manhãs de ais,

De onde fabriquei meu destino

Tropeçando em futuros

Que corro atrás.

Onde havia flores

Gostaria de ter a paz

De me buscar nas leviandades,

De me pegar pelas mãos

E dar em alamedas geométricas

À procura do canto de sabiás...

Pelo som das alamedas.

Mas estou aqui, nesse lugar

Sem jardins, onde andorinhas

Cantam nas antenas de TVs,

Desavergonhadas de conviver

Com o alarido dos homens

E seus motores, e seus gritos,

E seus britadores, construindo

Mais e mais paredes onde

Havia flores.

Talvez fosse de pedra

O primeiro homem,

E perdeu-se

Ao desalterar-se

Em sentimentos...

Quando o viver

Baba por finitos

É hora de assomar

Espíritos...

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 20/07/2015
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