PALAVRA, O ESPINHO

A palavra que mais dói

Não é escrita nem falada.

É aquela refletida no olhar

E que morreu na boca muda.

Esta palavra é um espinho latente

A violar a carne rasa de um homem dolente

Capaz de torturá-lo até o fim dos seus dias

Fazendo-o implorar para que seja dita,

Talhada com sangue no papel branco

Estirpada a qualquer custo, para sempre

Do seu corpo, dos dedos, da boca muda.