_______________________________O LOBO E A LUA_____



O Lobo à beira da Lua,
tom âmbar vivo nos olhos,
observa a pequenina pérola em terra fértil,
imersa em nação de estrelas,
pétala aberta entre as nuvens.
 
O Lobo vive o fogo das ideias,
o desejo nos nervos, a imagem mais rubra.
Mas o Lobo,
quando escravo da Lua,
língua fêmea que o saúda,
vive a maldição de se ver transformado numa fera.
 
Diante do espírito oculto do mundo,
em interminável ciclo,
no rosto noturno do Lobo, as novas formas indóceis.
Passo em lava se acumula no entendimento entre os ossos,
ramos úmidos de sangue.
É uma arena particular à entrada dos olhos da fera.
 
Lobo e Lua fartam-se.
Abeiram-se.
 
Mas o Lobo não precisa ser fera!
A Lua não precisa ser feiticeira.
Defrontaram-se densos à voz rouca do desejo,
vibraram em gozos e beberam do licor amargo dos dias.
Foi-se, porém, o tempo alado de sussurros em flechas!
Cala-te, Cupido! Declina-te da tua pátria de utopias!
À guerra rubra do oposto,
a boca do Lobo tornou-se mais do que o simples tempo da garganta e a Lua... ah, mais humana!




 
Escrita ao som de:
 
 
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 23/07/2015
Reeditado em 23/07/2015
Código do texto: T5320776
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