O ESPIRITO DA PALAVRA parte 01

A poesia tornou-se espirito.

E renegou o homem com tamanha rejeição,

Abriu-se numa pagina antiga novas revelações,

E tornou-se o corpo preso, em versos de libertação.

A poesia preencheu o verbo, e não se fez varão,

Catou como em sonhos, sendo o medo,

Das amarras, a maior escravidão!

A poesia tornou-se espirito,

E coube a palavra apartar

As formas,

As regras,

Os efeitos,

E é bem verdade, o estilo;

Não condiz com o verso pernambucano.

A poesia tornou-se espirito,

E o corpo que carne sempre acendeu,

Precisa morrer bem antes,

Bem antes da dose,

Bem antes da amante,

Bem antes do verso...

Cravam o peito com amores...

E á alma permanece caduca,

Deitar como o corpo de sempre,

Coisa nossa que já não nos pertence,

A poesia fez-se espirito,

Não houve religião cabível,

Não houve cabíveis as salas de retoricas,

E, Nietzsche estava bêbado,

E sentado contempla o relógio da catedral;

Magico, como o tempo é pontual!

A poesia se fez espirito,

Mas não se morrer de véspera,

Embora tantas palavras matem,

Bem mas forte são as palavras de vida,

Bem mas forte são as palavras do poeta!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 26/07/2015
Reeditado em 04/11/2017
Código do texto: T5324786
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.