O ESPIRITO DA PALAVRA parte 01
A poesia tornou-se espirito.
E renegou o homem com tamanha rejeição,
Abriu-se numa pagina antiga novas revelações,
E tornou-se o corpo preso, em versos de libertação.
A poesia preencheu o verbo, e não se fez varão,
Catou como em sonhos, sendo o medo,
Das amarras, a maior escravidão!
A poesia tornou-se espirito,
E coube a palavra apartar
As formas,
As regras,
Os efeitos,
E é bem verdade, o estilo;
Não condiz com o verso pernambucano.
A poesia tornou-se espirito,
E o corpo que carne sempre acendeu,
Precisa morrer bem antes,
Bem antes da dose,
Bem antes da amante,
Bem antes do verso...
Cravam o peito com amores...
E á alma permanece caduca,
Deitar como o corpo de sempre,
Coisa nossa que já não nos pertence,
A poesia fez-se espirito,
Não houve religião cabível,
Não houve cabíveis as salas de retoricas,
E, Nietzsche estava bêbado,
E sentado contempla o relógio da catedral;
Magico, como o tempo é pontual!
A poesia se fez espirito,
Mas não se morrer de véspera,
Embora tantas palavras matem,
Bem mas forte são as palavras de vida,
Bem mas forte são as palavras do poeta!