Ao cair da noite.

Alguns finais de tarde

são antenas de espaçonaves,

são brisas lá no ártico,

são os suspiros da minha alma cansada.

O que dá para ver ao entardecer

é o carteiro já sem as cartas,

os doentes de novo chorando,

a minha alma mais depravada.

Só os fiapos do Sol escancaram

a primeira cerveja gelada,

a última esperança pura,

e o meu mais temido medo.

Com o "oi" da noite

aparecem carros sem gasolina,

meninas desesperadas,

minha vida mal amada.

É assim todo anoitecer

são brisas em espaçonaves,

o carteiro chorando,

a última esperança gelada,

meninas sem gasolina,

e a minha vida mal amada.

Thiago Cica
Enviado por Thiago Cica em 30/07/2015
Código do texto: T5328890
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.