Ao cair da noite.
Alguns finais de tarde
são antenas de espaçonaves,
são brisas lá no ártico,
são os suspiros da minha alma cansada.
O que dá para ver ao entardecer
é o carteiro já sem as cartas,
os doentes de novo chorando,
a minha alma mais depravada.
Só os fiapos do Sol escancaram
a primeira cerveja gelada,
a última esperança pura,
e o meu mais temido medo.
Com o "oi" da noite
aparecem carros sem gasolina,
meninas desesperadas,
minha vida mal amada.
É assim todo anoitecer
são brisas em espaçonaves,
o carteiro chorando,
a última esperança gelada,
meninas sem gasolina,
e a minha vida mal amada.