Inópia humana

Acordamos.

não sem assombro,

à porta do cárcere.

Aguardando a luz que despertará

nossos cadáveres interiores.

[Pobres Lázaros!]

Quando deixaremos de soar podres,

se de todas as carnificinas

nos saciamos em emoções tirânicas?

Inúmeras são as vezes

que ainda gozamos em gargantas chagadas

pelas dores de gritos silenciados.

Se hoje

não resistimos à frieza da covardia,

o que dizer do futuro,

plantio perdido do presente?

Medra a ignorância

em frestas de aparente bondade

qual lodo em cantos escuros.

Mãos, ditas, ungidas

mais apedrejam que afagam.

Bocas, ditas, amigas

beijam e escarram.

[Pobres Homens!]

Miseráveis em suas agonias diárias.

Mendigando o exorcismo de suas dores.

Grace Moraes
Enviado por Grace Moraes em 03/08/2015
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