A qualquer momento...

A milhas de mim,

Miram-se nas águas

As flores, os frutos, as nuvens,

A causa de ser das fontes,

E as pontes prestes a cair, de velhas,

Madeirame negro,

Batido de sol e chuva,

Passado encurralado

Entre a cana e a uva.

Uiva na mata o lobo-guará...

Um cheiro de gasolina,

Uma lata de creolina...

Perdem-se na esteira

Feita de ferro e madeira,

As esperas,

As espirais de fumaça,

O fogo grassando solto,

Queimando orquídeas, das raras,

Ovos e filhotes de aves...

A qualquer momento,

A qualquer hora,

Em alguma parte do mundo,

Alguém mata

Alguém morre

Alguém nasce

Alguém chora

E há os que se encontram

Os que se desencontram

Os que se reencontram

E os que se dizem adeus!...

Alguém dorme,

Alguém acorda,

Alguém paga,

Alguém cobra,

Alguém se desdobra,

Alguém confere o tesouro.

Não todos,

Mas a maior parte de todos

Vive!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 19/06/2007
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