O Diário de Anne Frank

De olhos fechados como quem psicografa,

Vi mensagens em garrafas... Rio Botas a baixo.

Aspecto pálido e torvo,

Na primeira página do O Povo... O cabra mais macho.

Uns nunca foram outros nunca voltaram donde vim.

Rabiscos de Color Jet,

Imortalizaram manchetes,

No muro das lamentações, no muro de Berlim.

Na porta do botequim... Tive tantos olhos sóbrios,

Recebi via Sedex,

O toque que tiranossauro rex,

Era invisível tal micróbio.

Apesar da fome havia sempre batata assando na grelha.

Furos na telha de amianto,

Por vezes vazou tanto, tanto... Pranto...

Na casa da dona Célia.

Na pele e esqueleto,

Judeus, pretos... E ciganos.

Meu nome é Anne Frank,

Na saída dum baile funk... Fui morta por engano.