quem disse que faço versos

Quem disse que faço versos como que morre.

Eu faço verso por está morto!

Por demência,

Por ser tão entediante,

Que meus olhos não choram,

E o gole da cachaça mim é bem, mas suave que a vida!

Pelos os aluados dos meus quintais,

Pelas gentes que me atravessam e eu não,

Pelo copo cheio,

Pela mesa diversa,

Pelo medo,

Por ser morno.

Eu faço verso,

Pois as crenças e as duvidas são reais,

E no meu copo, sempre bebe mais um!

Eu faço verso,

Pois a dor é constante

E a cura improvável,

A carne é podre,

O homem é podre,

E o poeta nega-se ao obvio.

Eu faço verso,

E não encontro matéria de mim,

Bipolar são as palavras, que me toca,

Sotaque de uma voz rouca,

Minha voz é uma dose amarga!

Eu faço verso,

E quantas mentiras fala de mim,

Versos, sem cara,

Sem letras,

E a gramatica ainda não entendeu

O beijo assexuado.

Eu faço verso,

Mais só Bandeira

É carregado de lírica,

Essa terra Pernambuco,

E acesa de liberdades!

Eu faço versos...

Falai em nossa pátria, homens!

Nobre é o verso livre.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 20/08/2015
Código do texto: T5353533
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.