Corredor

O seu peito

Flor despetalada

Secava prantos

No frêmito pulsar

Da morte em trânsito

Sangrava fel

De desejos suicidas

A tristeza já não dissimulada

Agora estampava na fronte

Nos olhos melancólicos

Na sua voz fria

Uma certa beleza

De outrora

Rasgava o silencio da noite

Uma tétrica canção

De ninar desafinada

E um choro macio e soluçante

Era ela

Aquela

De camisolas sujas

Chinelos folgados

E uma faca

Tremendo na mão

Sem norte

Sem sorte

Caminhadas sem fim

Pelo corredor

Da psicose

Lentamente foi,

Mesmo que insegura,

Em busca

Do caminho da luz