Trago comigo lembranças,
trago esperanças fanadas,
trago o tom das madrugadas,
que floriram desde então.
Vamos juntos, de mãos dadas
reler este livro que a vida
pra nós escreveu apressada,
sem perguntar sim ou não.

Na embriaguez dos sentidos,
às vezes alguém reconhece
quando passo, passo leve,
batendo às portas pra entrar.
Ninguém quer abrir, pois tem medo
de que eu lhe desvende os segredos,
os segredos resguardados
a sete chaves fechados,
e os solte, vivos, no ar.

No meu rosto envelhecido
não mais se percebem os vestígios
da beleza e mocidade,
que eu mesma esqueci de lembrar.

Expresso em meu rosto o que sou,
expresso em meu rosto a verdade:
sou o que sou - a saudade.

          .  .  .

 
Lembranças que trazes contig
fazem com que eu me afaste
tornando-me teu inimigo
porque a outro Romeu beijaste...