Cacos de Cristais
Sonhei! Fui ao mais alto pique da minha imaginação
Contornei todos os sentimentos que desabrocharam
E da mais elevada cruz, me atirei aos pés do amor.
Plantei, reguei, adubei com o sal da terra e do mar
Desejei! Esperando a raiz brotar, florescer e dar frutos.
Reguei mais que pude com lágrimas do meu pranto.
Na esperança em vestir véu branco de noiva sorridente
Vestiram-me com véu preto da viúva triste e pálida
Entristecendo a alma, acanhando o ritmo de um cântico.
Tentei voltar, reencontrar meu caminho ensolarado.
E o dia se fez noite de eterna solidão e amargura
A esconder-me a luz do meu próprio coração
Dias incertos sobre a negridão fria e sem afeto
Fizeram-se meus lábios gelados, orvalhados de tortura.
Quebrou-se o cristal! Fez-se poesia em minha mão.
Branca Tirollo