Ilhas urbanas

Nesta cidade impassível, um mar

amotinado e profuso em questões,

em bruscas, ávidas, baixas ações

que nos carregam pr'um mesmo lugar;

planificando as futuras opções,

lanço-me à cova dos frios leões

e espero alguém que me irá resgatar.

Justificado na regra das horas,

saio e carrego uma vida reclusa.

Percebo outra ilha, como eu, que me cruza

impaciente por nossos agoras.

Penso no Estado e na forma que me usa,

rouba de mim sem que nada produza,

e eu me recordo do tempo de outrora...

Sigo um caminho de dor surreal

por outras ilhas repletas de tramas,

ilhas como eu, torpes ilhas urbanas,

que se resguardam da vida real.

Oh, meu amor! Oh, rainha das damas!

Peço que esqueças as ilhas e lamas;

pois nosso amor, ele é continental!

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 26/08/2015
Reeditado em 18/04/2016
Código do texto: T5360308
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