AS MARCAS DO SAULO


Fiel à Lei que rezava,
Ao Deus de Abraão, obediência,
Do Sinédrio, Saulo demandava
Disciplina, fé e obediência.
 
Na defesa dos preceitos,
Por Moisés, estabelecidos,
Persegue, por “justos conceitos”,
Os, já cristãos, reconhecidos.
 
O poder de assim agir
Gerou- lhe o dever de receber
E, com responsabilidade, assumir
O que fez por merecer.
 
Algo o impressionava
Pois não conseguia atinar
O motivo que levava
Aquela gente, a Jesus, confessar. 
 
Com tarefa a executar,
Quando, para Damasco, seguia,
Mal pode acreditar,
O futuro apóstolo, no que via.
 
Voz suave o interpela
E o “caminho” não mais segue,
Atento ao chamado que já se revela:
__”Saulo, por que me persegues?”
 
Um instante de viva luz
E, “nu”, o ora cego, as mangas arregaça
Perguntando ao, já seu Mestre, Jesus:
__”Senhor, que queres que eu faça?”
 
Segue para Damasco
Onde Ananias, de Jesus, seguidor,
Impondo-lhe as mãos, seus olhos livra
Das “escamas”, o que o liberta da “dor”.
 
Quando a luz se faz presente,
Toda oração é ouvida
Transformando toda a gente
Em trabalhador na lida.
 
A “visão”, no viver, desafia
A força que, no ser, reside,
Liberando-o do atavismo que atrofia
E da ilusão que, o orgulho, preside.
 
O crescer, então, é consequência
Advinda de conquista
Que, por si só, é evidência
De maturidade à vista.
 
Outrora piloto do leme,
Por agir como âncora, agora,
De temor, seu peito freme
Na busca do bem que aflora.
 
Das “sombras”, então, se despe
E, como sempre, verdadeiro,
Com compreensão, investe
No amor por inteiro.
 
Com fé, eleva o pensamento
E, a todos, dirige a palavra,
Pela renovação dos sentimentos
Que o novo caminhar desbrava.
 
Como Paulo, testemunha confiante,
Nada da Seara o afasta.
Torna-se, da caridade, militante,
Pois a Graça do Pai lhe basta.
 
No caminho de todo Paulo,
O amor, luz que refaz,
Traz as marcas do Saulo
No perdão que gera paz.
 

Graça Guardia
Pelo Espírito Juliana (15.09.2006)