Socratizando o verso

Na Grécia antiga havia um sujeito,
um homem simples, feio, maltrapilho
de pai e mãe, quiçá também de filho:
um nada! um joão-ninguém mais-que-perfeito!

No rastro, que deixava, havia um brilho
que ofuscava a luz da luz do dia.
E displicentemente ele seguia
atrás de seu destino andarilho.

Viveu, como "um escravo de sofia"
acorrentado ao próprio pensamento,
a salpicar palavras pelo vento
nos tímpanos daquele que o ouvia.

Nos nossos dias esse tal sujeito
(um homem simples, feio, maltrapilho)
talvez não irradie o mesmo brilho
nem ande maltrapilho do seu jeito.

Talvez tenha ganhado a liberdade,
rompido os grilhões do pensamento,
quem sabe Deus, consiga seu intento
na incansável busca da verdade.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/09/2015
Reeditado em 02/10/2015
Código do texto: T5373192
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.