Poética

Escrevo como quem morre

Uns poucos versos opacos

De poucos pensamentos roucos

E tantos sentimentos ocos.

Escrevo como quem pensa

Algumas palavras tontas tortas

De devaneios delirantes ao futuro

E do passado pouco obscuro.

E assim escrevendo

Sinto-me morrendo

E sentindo e pensando

E me encontro desdobrado

Em meu futuro e passado

No tempo que tenho errado.