O fantasma do "Calabouço"

Apesar de tanto tempo,

como hoje, ainda recordo

fria e escura noite a dentro,

de um macabro momento

o fato que neste reporto

Uma música boa

encantava os ouvidos

festivais da canção na "garoa"

passávamos noite à toa

os encontros divertidos

Naquele gelado inverno,

em junho de"sessenta e oito"

que os anjos do inferno,

demônios pós modernos

depois de um soldado morto

Arrombaram minha porta

e encontrei tudo no chão

Uma mulher caída morta

plantada em minha horta

por ordens de um capitão

Minha cama estava pronta,

uma bomba em um quartel

colocaram em minha conta,

desmando daquela monta

humilhara um coronel

Brigando por meus motivos

por ser universitário

virei um subversivo,

num terrorista de explosivos

perigoso incendiário

Rasgaram fotografias,

reviraram as lembranças

meus anos de rebeldia

e tudo que ali existia

velaram minha esperança

Sequer logrei dar um passo

tentando escapar dali

invadiram meu espaço

e pegaram-me no laço

não pude reagir, tombei...sangrei...morri.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 16/09/2015
Reeditado em 07/05/2018
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