AO MEIO DO DIA
coragem para abrir a porta e te levar pela mão
as luzes me ofuscam
metade do coração bombeando azul delírio
o resto tem sangue em alta fusão
expelindo pulsos de desejo
é com a boca que quero escrever
meus poemas
na tua pele
encostar a cabeça em teu colo
ouvir a música vital
composta nos gemidos
e suspiros
mas eu sou leiga
minha rima é rasa
e a saudade amarga transborda das veias
e salga a saliva
partindo o amor em sombra e espera
no ardor condensado dos olhos acesos.