Sou Criatura

Pelo sol tanta candura,

sob os olhos da postura.

Cândido, pois não se mistura.

Na estrada pedra dura, água mole não tem cura.

Mendiga o pão, e canta a rua.

Não entrega a rapadura.

A roupa rota dependura.

O cabide na costura.

Não dá bola pra tontura.

Na garrafa bebe a lua.

Está na rua da amargura.

Diz pra mim sou criatura