SENHORA DAS SENHORAS
Olhava seu Filho sofrendo,
que aos poucos ia morrendo,
de braços abertos e cabeça erguida.
Aos poucos perdia esta Vida.
Mas outra o aguardaria.
Vida de Esplendor,
onde a Dor e o Amor
se confundia.
Nesse dia morreria,
mas conforme a Profecia
no terceiro dia Ressuscitaria.
Sofrera junto com Ele,
e com a mão no Peito em Agonia,
o olhava tristemente, pois não iria mais Vê-lo.
Finalmente Seu Corpo Desceu,
o Corpo de Cristo finalmente Morria.
Mas no fundo Ela sabia.
Acabara a Dor, porém não era mais Seu.
O Céu escureceu, choveu,
tudo naquele dia se perdeu.
Mas a Senhora das Senhoras o aguardava,
tinha os olhos vermelhos, sofria, mas não chorava
em seus braços o tomou,
como uma Rainha não chorou
sabia que nesse momento
por maior que fosse o sofrimento,
as chicotadas, os pés e as mãos perfuradas.
Sabia que nessa hora,
nesse exato momento,
a Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo
eram unificados para sempre.
Deus se fez presente.
As lágrimas ausentes.
Sua passagem estava concluída,
pois tinha dado à vida,
como Homem o Menino Deus,
Onipresente, Onisciente e Onipotente.
Senhora das Senhoras,
que não choras,
pois chorar é para os fracos,
Tu és a mãe de Deus. Oh! Toda Poderosa.
NELSON TAVARES