FUGA

O vizinho canta.

Sem qualquer poesia.

O vizinho foge.

Com tudo o que há de poesia.

O vizinho invade a garagem e a mata , em sua toca,

com a adaga de defesa

Dela mesma.

O vizinho deixa os cães e alguém os alimenta.

O vizinho mata as mulheres.

Esse é o vizinho tão nu, tão olhos azuis, tão rascante.

Nào há no vizinho uma nota de carinho.

Sangue azul de azul.

O vizinho caminha pelo labirinto.

O vizinho mora dentro de minha sala sempre aberta.

O vizinho não é diminutivo.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 01/10/2015
Reeditado em 27/04/2018
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