VAGAS

VAGAS

Vaga a procura de vagas

Mas vagas não há

E o arroz e o feijão

Assim como o pão

Vão acabar

E vagas não há

Quem sabe um bico

Que dê pro leite

Pra na mamadeira de bico

O filho em deleite chupar

Antes que acabe

O bico e vire pedinte

Pois vagas não há

E o maior acinte

É não poder trabalhar

E vagar

Cada vez mais devagar

A procura de vagas

Mas vagas não há

E ver a vida desmoronar

As crianças sem comer

Quiçá estudar

Mas vai encontrar vagas

Onde sempre há

Na lápide escrita

Num chão de terra batida

Aqui jaz Zé João

Que procurava vaga

E a encontrou

E tudo ficou melhor

Pior

Para quem ficou

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/10/2015
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