Espanca
Não queria ter em mim
tão enorme compulsão
copo vazio no peito estampado
laringe seca no prato o espaço
aberto entregue do meu coração
Na guerra minha,
guerra fria de mil horas
passo o tempo a tentar saber
quem é o quê,
o que é de mim,
e o que é de você...
A carne é dos olhos
à revelia da culpa
O meu passo espanca,
ensurdece minha alma tonta
Anoitece onde eu vou
E carrego
o que fui e o que eu sou
dentro de um armário embutido
ou livro de camelô