Espanca

Não queria ter em mim

tão enorme compulsão

copo vazio no peito estampado

laringe seca no prato o espaço

aberto entregue do meu coração

Na guerra minha,

guerra fria de mil horas

passo o tempo a tentar saber

quem é o quê,

o que é de mim,

e o que é de você...

A carne é dos olhos

à revelia da culpa

O meu passo espanca,

ensurdece minha alma tonta

Anoitece onde eu vou

E carrego

o que fui e o que eu sou

dentro de um armário embutido

ou livro de camelô

Milena Justa
Enviado por Milena Justa em 06/10/2015
Reeditado em 20/07/2016
Código do texto: T5406857
Classificação de conteúdo: seguro