Eu vi o poeta chorar

Eu vi o poeta chorar

Eu vi...

O poeta chorar

Ele não estava fingindo

Seu pranto era verdadeiro

As lagrimas escorriam

Deslizando em seu rosto

Umedecendo seus lábios.

Em sua escrivaninha

Folhas de papel amassadas

Arrancadas de algum caderno

Com gestos bruscos,

Sobre a mesa pingos de tinta

Misturando-se a gotas de lagrimas

Que de seus olhos caiam

Lábios cerrados num ricto de dor

Balbuciava palavras sem sentido

Talvez dirigidas a alguém

Cujo amor esvaiu-se entre os versos

Escritos ao longo de sua vida

Outorgando a si como premio

A solidão...

Eu vi...

O poeta chorar

Porque ou por quem,

Ele chorava... Eu não sei!

Volnei Rijo Braga

Pelotas: 10 / 10 / 2015