Homenagem aos professores

Professor, tu és, sem dúvida, tudo o que restou

Na escancarada Caixa de Pandora social

E quando o ladrão a caixa dos segredos roubou,

Abriu-a, libertando toda espécie de mal.

Por isso, professor, está aí a mortífera fome

Alimentada pela miséria cruel da desigualdade

Que a autoestima e a vida de todos consome

Com uma imensurável e infinita insaciabilidade.

Sei que não podes à toda boca faminta

Alimentar, como talvez seja o que gostaria;

Mas podes, certamente, com tua tarefa distinta

Matar a fome de saber de uma mente vazia.

Professor, tu és, sem dúvida, tudo o que restou

Na escancarada Caixa de Pandora social

E quando o ladrão a caixa dos segredos roubou,

Abriu-a, libertando toda espécie de mal.

Por isso, professor, está aí a crudelíssima injustiça

Pela ganância e pelo egoísmo sempre alimentada

De uma estrutura que tem como premissa

A vantagem apenas para si mesmo usurpada.

Sei, professor, que o mundo não podes mudar

Mas és tu que plantas as sementes da mudança

E não te preocupes se poucas vierem a frutificar

Pois és tu que viva mantém a chama da esperança.

Professor, tu és, sem dúvida, tudo o que restou

Na escancarada Caixa de Pandora social

E quando o ladrão a caixa dos segredos roubou,

Abriu-a, libertando toda espécie de mal.

Por isso, professor, apesar da pouca paga e muitas lutas

Parabéns por teu esforço e tua inquestionável dignidade

Pois não fosse a abnegação que a ti mesmo te imputas

Há muito já estaria morta esta hipócrita sociedade.

Cícero – 12 e 13-10-2015

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 13/10/2015
Código do texto: T5413321
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