CHUVA DE VERÃO
 

Foi a chuva? Eu não sei.
Eu não sei, não perguntei
por que foi que, de repente,
te quedaste à minha frente,
o olhar meio espantado,
a fitar-me admirado?!
Talvez fosse um recomeço...
Porém qual seria o preço
a pagar pela mudança?
Não quero nutrir esperanças.
Não quero sentir novamente
o palpitar tresloucado
do amor, vil penitente,
que machuca, intermitente,
pensando escapar do calvário.
Para quê? Não faz sentido.
Para quê? Não há motivos.
Para quê? Pra dar em nada?
Deixa-me a sós, só comigo:
já estou acostumada.