Por quantas vezes


Por quantas vezes senti vontade, meio a esta barafunda,
De, ao invés dos tantos beijos que sempre nela dava,
Aplicar-lhe, contrariado, boas palmadas na bunda,
Nesta mistura de sensações que você me causava.

Como pode duvidar que tanto lhe amo, do que sinto,
Será que não consegue ver em meus olhos o fascínio,
O enlevo que me inebria, como o mais puro absinto,
Ao me encontrar em seus braços, perdido o raciocínio.

Será que não consegue ver, acima de todos e de tudo,
Que sempre lhe amei, incontido em meus devaneios,
Ao me prostrar a seus pés, ansiar por você e, contudo,
Conter-me ante a beleza que irradiava de seus seios.

Por quantas vezes, ao ver luzir em seu corpo o reflexo
Da lua e você, nua, convidar-me ao ardor pungente,
Declinei de que vivêssemos meros momentos de sexo,
Lançando-me em busca deste amor puro, tão somente.

Entristece-me ver que não vê o que claramente vejo,
Que encontrei em você bem mais que simples resposta
Para a pergunta primordial da vida e meu maior desejo
É vê-la feliz, realizada com o tudo de que tanto gosta.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 19/10/2015
Reeditado em 19/10/2015
Código do texto: T5420231
Classificação de conteúdo: seguro