SENHORES DA NOITE
Trazemos a noite quando o dia se torna insuportável,
quando parte de nós se perde em impressões estranhas.
A alfaiataria tornou-se repentinamente ridícula
assim como sonetos em tempos de muita miséria.
Vestir-se da escuridão é uma raridade esquisita
num reino de tantas luzes feitas para o assombro.
No entanto, permanecem os fantasmas,
as almas das coisas ludibriadas pela finitude.
E entendido, finalmente, que tudo se acaba
resta um sono desapontado e inevitável
para se esquecer da voz perdida entre a partitura e o nada.