SENHORES DA NOITE

Trazemos a noite quando o dia se torna insuportável,

quando parte de nós se perde em impressões estranhas.

A alfaiataria tornou-se repentinamente ridícula

assim como sonetos em tempos de muita miséria.

Vestir-se da escuridão é uma raridade esquisita

num reino de tantas luzes feitas para o assombro.

No entanto, permanecem os fantasmas,

as almas das coisas ludibriadas pela finitude.

E entendido, finalmente, que tudo se acaba

resta um sono desapontado e inevitável

para se esquecer da voz perdida entre a partitura e o nada.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 24/10/2015
Código do texto: T5425947
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